segunda-feira, 26 de maio de 2008

Uma casa em madeira para estar e viver bem

A madeira oferece o conforto mais completo

A madeira é o único material que traz tranqüilidade e que "respira". Suave e envolvente cria um ambiente profundamente sereno. Nota-se que a agressividade das crianças diminui num prédio escolar em madeira e que elas não têm vontade de pichá-lo. Viva, a madeira "respira": sua capacidade de absorver e de restabelecer a umidade do ar ambiente gera um clima bastante saudável na habitação. A madeira, particularmente indicada contra o frio, é também bastante adequada para as regiões quentes.

A parede de madeira mais simples isola melhor do que uma parede de alvenaria com isolação reforçada. A baixa inércia térmica da madeira regula rapidamente as mudanças de temperatura, qualidade bastante apreciada nas residências de férias.

E como a estrutura de madeira se caracteriza pela ausência de pontes térmicas – que representam mais de 30% do desperdício de uma casa em alvenaria – a casa em madeira se situa na vanguarda dos sistemas de redução do consumo de energia.

Famosas há muito tempo nos países do hemisfério Norte, as casas em madeira também têm o mesmo prestígio no hemisfério Sul. A madeira não armazena o calor e o principio da casa rústica se baseia na ventilação. De fato, as soluções e técnicas implantadas no Sul – aeração, veneziana com toldo, laje ou parede interna de alvenaria para a inércia térmica, terraços cobertos, isolantes finos refletores etc. – se integram naturalmente à construção em madeira.

A construção em madeira oferece uma excelente isolação acústica. Numa casa com estrutura de madeira, a justaposição de materiais que formam as paredes externas (placas de gesso, placas asfálticas, placas de madeira-cimento, pedras de revestimento etc.) e de materiais ditos “elásticos” (lãs e fibras isolantes) isolam totalmente os barulhos externos.

A casa comunicante é em madeira

A madeira deixa passar as freqüências dos aparelhos equipados com rádios transmissores. Como as freqüências são de 5 a 10 vezes menos amortizadas pela madeira do que pelo concreto, a madeira garante, a partir do cômodo onde nos encontramos a boa gestão de todos os aparelhos da casa: televisores, caldeiras, aquecedores de água, equipamentos de segurança, iluminação, abertura e fechamento das persianas etc.

A madeira é confiável para as comunicações a distância com o grupo de equipamentos chamados “inteligentes”.

Computador, televisor, eletrodomésticos do futuro, câmera... A comunicação se faz sem problemas através de uma ligação telefônica pela internet. Assim, do outro lado do mundo, pode-se administrar uma casa. Por exemplo, controlá-la por uma câmera após um eventual alerta do sistema de segurança ou similar uma presença pela abertura e fechamento das luzes e das venezianas.

* Uma construção inventiva e de ótimo desempenho!

A madeira, uma tecnologia modular e flexível

Habitat tradicional ou contemporâneo, a madeira é um material high tech por excelência.

Na maior parte dos paises industrializados, principalmente Estados Unidos e na Europa do Norte, a porcentagem de casas de madeira ultrapassa os 90%! Por meio de quatro grandes técnicas de construção aprovadas, a madeira se revela notável para modular e conciliar livremente a escolha estética, o terreno. Sem contar suas qualidades mecânicas! Num outro aspecto, o da construção de pontes, por exemplo, permite atingir vãos de 100 metros ou mais.

* Qualidades mecânicas e rapidez de montagem, a madeira é excepcional!

Quatro técnicas para construir bem

1. Madeira empilhada (LOG): força do material bruto. Esta técnica de construção se baseia no principio da isba ou do velho chalé.

Empilhamento horizontal ou ajuste vertical de peças de madeira espessas que se encaixam umas nas outras, este sistema obedece geralmente a um partido estético tradicional: fachadas que apresentam poucas aberturas, articulações visíveis, acabamentos interiores que deixam passar o ar, mantidos em madeira natural. Como as peças de madeira são perfiladas e reunidas com precisão, a água da chuva corre sem penetrar no conjunto.

Quanto às paredes, elas serão ao mesmo tempo portantes e naturalmente isolantes.

2. Pilares e vigas (POST AND BEAM): liberdade de criação e arquitetura da luz.

Principio de construção: os pilares dispostos de 2,5 a 5 metros são juntados às vigas.

Preparados em oficinas, o esqueleto da casa se monta em alguns dias. Esta estrutura firme fica totalmente visível e se integra á decoração interior. Pode-se enfeitá-la com pilares de formato redondo.

A dissociação técnica entre a estrutura de pilares e vigas e o enchimento traz por outro lado uma verdadeira liberdade de concepção: grandes aberturas envidraçadas ou estruturas-painéis com isolante espesso, paredes de alvenaria com tijolos ou de concreto celular, barro de construção ou terra-palha, pranchões empilhados... Todas as soluções de enchimento são possíveis.

3. Estruturas painéis (WOOD FRAMING): expressividade das fachadas e dos volumes.

Este sistema construtivo, aperfeiçoado há mais de um século nos Estados Unidos, é o mais divulgado no mundo. Painéis de contraplacado ou de grandes partículas orientadas (OSB) são fixados em montantes em madeira com espaçamento de 40 a 60 cm. O isolante térmico se integra ao interior da estrutura.

O canteiro dura apenas algumas semanas. As paredes, fabricadas no local ou numa oficina, são juntadas no local. Além da rapidez, esta técnica apresenta a vantagem de leveza, interessante para terrenos com baixa capacidade de suportar pesos, fundamental em áreas sísmicas.

Oferece ainda numerosos recursos: pode-se associá-la aos elementos pilares e vigas para criar volumes arquitetônicos maiores, uma parede de alvenaria para a inércia térmica, uma fachada em vidro para ampla iluminação... Pode-se também se fazer paredes curvas.

4. Painéis maciços: construções de grande porte. Painéis de estrutura em chapas contracoladas são utilizados tanto como elementos para as paredes externas, como paredes interiores, assoalhos, suportes de cobertura e ainda para casas individuais assim como construções coletivas, industriais e comerciais.

Suas qualidades mecânicas são superiores ao da madeira maciça, pois podem trabalhar em todos os sentidos. Fabricados em grandes dimensões, permitem uma construção rápida e limpa. Constituem paredes maciças indeformáveis que, por sua capacidade de acumulação de calor e de vapor de água, trazem o máximo de conforto. Pode-se associá-los prioritariamente pelo exterior a todos os materiais isolantes e de revestimento atualmente existentes no mercado.

Revestimentos de madeira, uma tecnologia bastante segura

Revestimento de proteção, a “pele dupla” que protege das intempéries.

De fato, todos os revestimentos da fachada, quaisquer que sejam, são colocados sobre uma estrutura independente da estrutura principal. No que diz respeito ao revestimento de proteção em madeira maciça ou em produtos derivados da madeira, oferece um amplo leque de opções estéticas. As lâminas ou ripas podem ser juntadas verticalmente, horizontalmente ou de formas oblíqua, plana ou curva. Elas podem ser pintadas, receber vernizes ou stains ou ficar naturalmente prateadas pela ação do sol.

* A madeira se conserva facilmente!

* Weekends despreocupados, a madeira libera tempo!

A Estrutura portante de uma casa não pede nenhuma manutenção

Ela é protegida de forma durável no momento da construção.

Todos os revestimentos da fachada das casas com estrutura de madeira, sendo colocados como uma “dupla pele”, sua deterioração eventual (se a manutenção for feita tardiamente) não atinge a estrutura portante, pois eles são separados por uma camada de ar para assegurar a ventilação e por uma tela que apara a chuva.

Ideal: O revestimento de proteção em madeira

Nenhuma manutenção, quando o sol patina a madeira natural.

Esta fina camada de patina protege a madeira, que permanece perfeitamente saudável. Seu aspecto grisalho se funde naturalmente. Variando do preto ao cinza prateado, passando pelo marrom conforme os climas, a altitude e as espécies de árvores utilizadas, estabiliza-se após alguns anos. Pode-se, entretanto renovar facilmente a cor original da madeira, seja aplicando com pincel diferentes produtos, seja por um jato de água de alta pressão, que provoca a erosão dos microorganismos da superfície. Nestes dois casos, o polimento é inútil.

Se preferir a madeira colorida, as veladuras são notáveis.

A manutenção de um revestimento com veladura não leva mais do que dois dias, a cada cinco ou sete anos – nitidamente menos do que refazer o reboco na alvenaria! E quando ela é conservada regularmente, a decapagem “para que fique branca” é inútil, pois os produtos com veladura se degradam por esfarelamento e não por escamação.

Receitas para uma manutenção exterior limitada

Decida-se – madeira natural ou colorida – antes da construção.

É na realidade a solução de longa duração, dez anos ou mais, para as pinturas: tratadas em todas as faces na fábrica, as lâminas de revestimento de proteção em madeira maciça oferecem uma melhor resistência ao sol, sobretudo se a opção for por produtos microporosos, como veladuras e de cor clara.

As lâminas de revestimento de proteção com arestas arredondadas se casam particularmente com tintas que cobrem totalmente e que se depositam mais facilmente nos arredondados e além disso resistem por mais tempo que nas de arestas vivas.

A manutenção é ainda reduzida por um revestimento de proteção vertical: colocadas nesta direção, as lâminas eliminam mais rapidamente as águas de escoamento que na horizontal ou no formato oblíquo: os acabamentos são, portanto menos sujeitos à erosão. Notar-se-á igualmente que um produto de acabamento adere mais sobre lâminas brutas do que sobre lâminas polidas.

Informação útil: as últimas gerações de revestimentos de proteção oferecem lâminas em fibras duras moldadas ou revestidas de estratificado de alta pressão, para as quais a manutenção é quase inexistente.

Eng. Alan Dias

12 comentários:

Anônimo disse...

Oi Alan, tudo bem ?
De estar surpreso em receber esse meu email, mas vi teu blog na internet e preciso de uma ajuda.
Sou estudade de Arquitetura e Urbanismo, na PUCRS, de Porto Alegre, tenho 22 anos, estou no quinto semestre e estou tendo a disciplina de Materiais, Técnicas e Estruturas II, que é sobre estruturas de madeira.
Estou tendo muita dificuldade para fazer a estrutura do meu projeto ( da cadeira de Projeto II, que é de fazer uma fábrica com estrutura de madeira).
E minha estrutura até entao é praticamente plana, e eu nao consegui entender muito bem como Marcos Acayaba projetou aquela casa, como que foi feita a estrutura ( que pra mim parece plana)
Se nao for te atrapalhar muito, poderia me explicar por email ?
Por favor !!...
Obrigada desde já !
Isabel
bel_belgica@yahoo.com.br

Eng. Alan Dias disse...

Oi Bel, te mandei um e-mail explicando tudo, ok ?
Abraço !

Anônimo disse...

Oi Alan, meu nome é Patricia sou arquiteta e trabalho no interior do estado do mato grosso, onde se tem muita madeira disponivel e barata, estou tentando projetar uma casa padrão com pilares e vigas de madeira mas preciso de um baixo custo para elas, vc q tem mais experiencia tem alguma dica p me passar de como fazer isto?! obrigado abraços.....
meu email: patriciandrade.arq@bol.com.br

dario disse...

hola alan soy dario de carcaraña argentina ahora tambien podes visitar mi blog que es www.dios-viajesporelmundo.blogspot.com.
Saludos desde carcaraña y mucha suerte
Atte Dario.

Anônimo disse...

Oi Alan. Que bom que encontrei um bom especialista em madeiras, porque acho que tenho uma questão no mínimo incomum para não dizer inusitada.
Minha casa está pronta e moro nela há 3 anos. A sala é grande de paredes bem altas. Em noites frias e dias com sol, na hora do sol forte, a madeira do forro (lambril) começa a suar e goteja numa cor de chá forte que é a cor do lambril. Hoje por exemplo tem pingado por toda a sala. Já chamei pintores, bombeiros, madeireiros ninguém sabe ao certo. Sei que não foi colocada aquela manta como isolante térmico, pensei que aquela manta fosse para que a sala não ficasse quente, então não seria necessária porque as paredes são altas e a sala nunca fica quente. Canos por ali não passam, nem há goteiras em dias de chuva. Já tiramos telhas para ver e embaixo está tudo seco.
Acredito que só um expecialista como você saberia que fenômeno é esse e como eu poderia resolver isso.
Obrigada.
Angela de Valinhos
e-mail: acrimoli@gmail.com

Eng. Alan Dias disse...

Olá Ângela, este "fenômeno" é comum acontecer com madeiras resinosas. Provavelmente seu lambril deve ser de madeiras das colorações avermelhadas, como cumarú, cedro, ou jatobá. Essas madeiras vermelhas possuem em seus veios uma substância chamada de "nódia", ou "ipeína", não sei exatamente o nome da resina. Mas percebo isso acontecer normalmente depois que a madeira pega umidade. Por osmose a água penetra nos poros da madeira (mesmo sendo vapor d´água, e não chuva diretamente sobre a madeira) e quando faz sol e esquenta, a água evapora e é liberada, trazendo junto a resina "colorida" da madeira. Realmente chega a pingar, parece que a madeira está "suando" !
Só há duas soluções para esse caso. A primeira seria realmente ter aplicado a manta de subcobertura sobre o forro (tipo Duralfoil ou Tyvek), pois elas são isolantes térmicos, e evitariam a passagem de umidade para a madeira do forro. Sem essa manta, cria-se um "bolsão" de ar entre o forro e as telhas de altíssimo teor de umidade.
A segunda solução seria a aplicação de um produto para "selar" os poros da madeira, fazendo com que não penetre mais água neles. O produto chama-se ISOLARE, da Montana Química. Ele fecha os poros da madeira, impedindo que o vapor d´água penetre em seus poros e evita, por outro lado, a saída dessa "nódia".
Espero ter ajudado ! Que espécie de madeira utilizou no forro ?
Abraço!

Anônimo disse...

Olá Alan

Sem querer abusar de sua boa vontade e de seu tempo, gostaria de, depois de expor minhas dúvidas e problemas, ver se poderia me dar algumas dicas:
Adquirí uma casa de madeira que fica em um sítio, num terreno bastante acidentado (muitos morros), com muita vegetação (pequenas árvores nativas etc) e um pequeno riachinho que corta o terreno. A casa está localizada no terreno de forma que apanha o sol da manhã muito tarde e, por muito pouco tempo durante a tarde. Como minha cidade é demasiadamente úmida (fica no vale do Itajaí, em Santa Catarina) a casa é terrivelmente fria no inverno e muitíssimo úmida durante todo o ano. Roupas tiradas do roupeiro em dias de chuva estão praticamente "molhadas"! Banho no inverno é uma tortura!!
Portanto, gostaria de reformar, "consertar", mudar tudo o que for possível para tornar a vida na casa mais agradável.
Sobre a casa em si: Tem em torno de 15 anos, foi construída toda em madeira, salvo área de serviço e banheiro que são em alvenaria e não estão exatamente incorporadas à casa - é, como chamamos comumente de um "puxado".
O forro foi todo feito com pequenas ripas de madeiras de todas as espécies, uma vez que o dono era carpinteiro e admirava as diversas cores e nuances de cada uma. As tábuas das paredes estão na horizontal e na parte interna foram revestidas com verniz brilhante, bem como o forro e o assoalho (este é polido com cera em pasta).
O telhado é coberto com telhas de barro comuns e não existe nenhum tipo de revestimento ou impermeabilizante térmico. A casa fica a aproximadamente 50 cm do chão, sobre pilares de tijolos e este espaço do chão até a casa não é fechado.
Então, o que eu poderia fazer para amenizar o frio e a umidade no interior da casa? Que materiais seriam os melhores isolantes térmicos,(para o teto, forro, paredes, banheiro e no chão) e, se souber, qual forma de aquecer o ambiente mecanicamente seria a mais indicada, levando em conta a estrutura da casa? (Aquecedor elétrico, à gaz, condicionador de ar...)
Meu email é hanne.germer@gmail.com.

Desde já agradeço a atenção e aguardo ansiosamente uma resposta sua.

Abraços,

Hanne

Anônimo disse...

ola Alan,eatou a falar de Portugal,estive a ver o seu blog e achei muito intrecante pois tenho um projecto para construir uma casa de madeira(é o meu sonho),e de facto falaram-me da ínercia termica por ser toda em madeira,embora a lage e as paredes dos wc e cozinha ser em alvenaria o que acha devo fazer mais alguma parade em alvenaria. Agradecia que me respondece,desde já agadeço a sua atenção com os melhores comprimentos.Anabela Ferreira o meu meil anabelaferreira70@hotmail.com ou anabelaferreira70@gmail.com Muito obrigada.

Anônimo disse...

Oi alan...
Estou no primeiro ano de engenharia, vim aqui conhecer o seu site por motivo de trabalho escolar, adorei o seu site achei super enteressante pode ter certeza que o visitarei mas vezes !

Anônimo disse...

Olá Alan,
Moro em Porto Alegre/RS, estou indecisa entre o tipo de madeira mais adequado para a construção de minha casa.
A casa será construída num sítio, terreno plano e que pega bastante sol.
Gosto muito da itaúba, mas ouvi dizer que ela tem baixa retratibilidade, o que significa?

Att

Lisiane
lisianell@ibest.com.br

Anônimo disse...

olá, amigo gostei muito de seu trabalho,já algum tempo venho pesquisando como fazer pilares em medeira composta que possam atingir seis metros de altura para uma casa de campo que vennho tentando construir não sei como fixar as medeiras nem tão pouco como emendar sem comprometer a resistencia estrutural vc por acaso não teria um artigo que falasse disso. grato...j.dealm@hotmail.com

Alice R disse...

Muito interessante seu blog! sou estudadente de arquitetura e urbanismo e seus textos nos acrescentam muito!