A noção de Energia Incorporada remonta aos anos 70. Na Construção, ela permite claramente comparar o consumo de energia para a produção de diferentes materiais, desde a Matéria-Prima bruta, até a reciclagem final ou descarte. Com isso podemos optar pelo uso de materiais de menor impacto ambiental, como a Madeira.
Definição
Energia Incorporada (Énergie Grise) – De acordo com Erik Niemann (MGC/DRAST) “A soma de toda a Energia necessária para assegurar a elaboração de um material, desde a extração da matéria bruta, o tratamento, a transformação, a fabricação do produto final, bem como o transporte necessário em todo o processo, até sua colocação no canteiro de obra. Incluídos os gastos energéticos, de materiais e de manufatura que contribuem para sua conclusão”
Fonte: “L’energie grise dans la filière bâtiment et travaux publics de Erik Niemann”
Energia incorporada (Emergia) – De acordo com Enrique Ortega (FEA/UNICAMP): “Emergia é o valor biosférico dos recursos da Terra”. Então o balanço de emergia étega: “A contabilidade ambiental, econômica e social dos sistemas, considerando a energia contida nas diferentes contribuições que o sistema recebe”. É uma ferramenta usada para calcular a eficiência do sistema através da Transformidade. Utilizando princípios da termodinâmica.
Fonte: www.unicamp.br/fea/ortega
Como avaliar a Emergia de um material
O cálculo global leva em conta cada fase de produção e transformação do material, também chamada de Análise do Ciclo de Vida:
- A produção ou extração
- A estocagem
- O transporte
- A embalagem
- Os resíduos originados
- A destinação dos materiais não recicláveis
Podemos assim avaliar o consumo de Energia em kWh/t (quilowatt-hora / tonelada) de um material, ao longo de todo seu ciclo de vida. Constatamos, por exemplo, na tabela abaixo, que a quantidade de energia incorporada (Emergia) do Alumínio é próximo de 50 vezes superior à da Madeira.
Podemos, portanto, concluir que a energia consumida ao curso do ciclo de vida de um material depende da complexidade de elaboração do produto final.
Uma noção fundamental no segmento da Construção: A produção industrial de materiais gera emissões de CO2. Considera-se que essas emissões estão na ordem de 350kg de CO2 por 1000 kWh de energia incorporada.
De acordo com esses dados e a Emergia dos materiais, indicadas na tabela anterior, podemos calcular a geração de CO2 ao longo dos ciclos de vida:
- De uma tonelada de Alumínio de primeira fusão: 11,8 toneladas de dióxido de carbono.
- De uma tonelada de Madeira serrada: 250 quilos de dióxido de carbono.
« Uma reflexão sobre a escolha dos materiais utilizados nas construções revela-se, portanto, incontornável, afim de reduzir a quantidade de energia necessária para uma mesma finalidade »
Vantagens da Madeira na preservação do Meio ambiente
A Madeira de exploração sustentável apresenta um balanço de carbono neutro, significa que o CO2 lançado na atmosfera, por sua transformação e reciclagem, é totalmente reabsorvido pela floresta. Podemos afirmar que trata-se de um material de baixa retenção energética na sua produção (Emergia), e que devemos, portanto, considerá-lo também como uma solução eficaz na luta contra o Efeito Estufa.
Retenção energética de diferentes materiais
Consumo de Energia em quilowatt (kW) para produzir um metro cúbico (m3)
Os números apresentados acima podem guardar variações entre as diversas fontes de observação dos dados, porque dependem de numerosos fatores. A influência dos grupos de pressão (empresas e associações de classe), assim como, as políticas governamentais, devem ser ponderados na análise crítica desses valores.
A retenção energética da Madeira serrada é mínima comparada aos outros materiais: 700 kWh por tonelada.
A utilização do Alumínio em grande quantidade é nefasta para o Meio ambiente. Sua retenção energética é de 33.700 kWh por tonelada.
O PVC também apresenta uma retenção energética muito alta, de 18.750 kWh por tonelada.
Texto do Eng. Élcio Ielpo do blog (www.madeirambiente.com.br)
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